História

Várzea da Palma
 Origem e Crescimento


     Estas terras pertenciam a Morgado Guedes de Brito, que a partir de 1.680 já era o segundo maior latifundiário do país que compreendia as terras da nascente do Rio das Velhas até o Morro da Chapéu da Bahia. Antônio Guedes de Brito, então Governador da Bahia, cujo mandatário Manoel Nunes Viana, nos currais e minas de ouro e diamante e ainda a pesca do Rio das Velhas e São Francisco, dominava a região, conhecida como “Região do Peixe seco”. Barra do Guaicuí era Morgado, logo depois dividido em capitanias. Guaicuí é o berço da história regional e firmou seu domínio, a partir do século XVII com a chegada dos jesuítas em 1.650 e depois pelos Bandeirantes Fernão Dias e Manoel Borba Gato a partir de 1.679.
     Depois da decadência de Guaicuí, surge o Coronel Cipriano de Medeiros Lima, que incentivou o comércio através das tropas (Tropeiros), iniciando o surgimento de diversas comunidades, Buritis das Mulatas, Jequitaí Velho, Tabua (Joaquim Felício), e o de Vargem das Palmas, depois Porto da Palma, hoje Palma Velha, na beira do Rio das Velhas e com a construção da Estrada de Ferro Central do Brasil, surgiu a então vila de Várzea da Palma. Trata-se de uma comunidade ainda jovem, que começou a existir com a construção da Estrada de Ferro Central do Brasil. Eram terras de gerais pouco habitadas.

     Três povoados principais existiam nas cercanias do lugar onde iria surgir o Município:

     Um deles, o porto de Guaicuí próximo ao encontro do Rio das Velhas com o Rio São Francisco, recebeu a denominação de “Arraial de Nossa Senhora do Bom Sucesso e Almas do Rio das Velhas”, que foi elevado a Vila e sede pela lei provincial nº 1.112 de 16 de junho de 1861. Todavia sem possibilidade para manter-se autonomamente voltaria a ser distrito de Jequitaí, município criado pela lei 1.996 de 14 de novembro de 1.873.

     O Arraial de São Gonçalo das Tabocas, hoje Lassance pertencera a Sabará, integrando-se mais tarde a Curvelo, já elevado, por essa ocasião, a sede do município pelo decreto da regência de 13 de outubro de 1.831, tendo como núcleo o antigo povoado de Santo Antônio da Estrada.

     Por último, o povoado de São Francisco de Pirapora, que em meado do século passado, já contava com cerca de 15 pequenas casas de pescadores, coberta de palha e capim e fizera parte de Curvelo como povoado e distrito, passando a categoria de cidade em 1º de junho de 1.912. Seu território compreendia o distrito sede e mais o Arraial de São Gonçalo das Tabocas. Várzea da Palma a esta altura, era um povoado emergente que se incorporava ao Município de Pirapora.

     Eram estes, portanto, os maiores aglomerados humanos, nas áreas, quando chegou a Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1.909, sendo a Estação da Central inaugurada em 1º de fevereiro de 1.910.

     A estrada de tropas, ao deixar o antigo Porto de Palma, em direção ao Rio São Francisco, atravessava uma planície muito bonita, ficando a direção da estrada, o local onde mais tarde, veio a ser construída a Estação, em torno da qual se formou o povoado. Sobre a estação pessoas da época recordam, que deveria ter sido localizada em frente ao Porto da Palma, mas um comerciante que seguia a ponte dos trilhos e começara a montar ali o seu armazém, desentendeu-se com pessoa influente, ligada ao serviço de construção, e também por causa  dos moradores que não aceitavam a construção da linha ferroviária, mas o fiel seguidor de Mercúrio não era homem de se deixar passar para trás. Esperou que as obras da nova estação se adiantassem o bastante, para se tornarem irreversíveis, em seguida demoliu o que havia feito, transferiu o material e levantou seu prédio em uma esquina quase diante da parada do trem. Esta construção existiu até recentemente pertencendo o local a herdeiros do tenente Júlio Sanguinette.

     Havia naquela época, alguns portos para travessia do Rio das Velhas e serviam aos habitantes de ambas as margens em suas andanças e também a Tropeiros e viajantes procedentes de Jequitaí, Inconfidência (Coração de Jesus), Contendas (Brasília de Minas), Montes Claros, Brejo das Almas (Francisco Sá), Grão Mogol, Ponte Salobra (São João da Ponte) e Tremendal (Monte Azul.), Lençóis do Rio Verde (Espinosa) enfim, de todo o Norte de Minas. Uma dessas travessias, à jusante de uma corredeira, até hoje conhecida como “Cair D`água”, desembocava à pequena cachoeira, ali próximo crescia uma várzea coberta de pastagem natural, tendo numa de suas extremidades, uma nascente de água, em torno da qual existiam pindaíbas e palmeiras nativas.

     Ao lugar fora dado o bonito nome de “Vargem das Palmas”, Cai D´Água ou Cair D´Água. Mais abaixo surgia a travessia de barco, denominando o local como “Porto da Palma”.

     Um galpão rústico sem paredes, coberto de capim, para pousada dos passantes e um vendola, a que chamavam de “Taboca”, onde eram encontrados mantimentos, fumo de rolo, sal e cachaça alambicada, representava todo o contorno oferecido, no comércio de Zé Turcate. Ao deixar o Porto da Palma, a estrada de tropas tomava duas direções opostas. Um dos percursos, já mencionado, buscava a travessia do Rio São Francisco, na rota de Goiás passando por Santana dos Alegres, hoje João Pinheiro e região do Paracatu. A outra fletia à esquerda, na direção de Curvelo e Belo Horizonte era a velha estrada geral usada pelos tropeiros, para alcançar Santa Luzia do Rio das Velhas (Santa Luzia), grande empório comercial de toda a região por longos anos. Sobre esta estrada, já diziam os moradores de Santa Luzia, em documento datado de 1.791 e dirigido ao Rei de Portugual: “Passa por este Arraial”, a estrada tão famigerada como geral, do Rio São Francisco, Bahia, Pernambuco e Maranhão. Com amplo e numeroso comércio de todas as Minas Gerais, como também para as minas de Paracatu e de Goiás.”

     O nome original era portanto: “Vargem das Palmas, Cai D´Água ou Cair D´Água, depois Porto da Palma”, hoje “Palma Velha”. um povoado existente desde 1.850, na beira do Rio das Velhas. O nome “Vargem das Palmas”,  foi utilizado pelos correios durante mais de 2 anos, pela Estrada de Ferro Central do Brasil e finalmente “Várzea da Palma”. Uma planície cercada de palmeiras, alusiva à várzea do Rio das Velhas. Localizada no Norte de Minas, Várzea da Palma é privilegiada por sua topografia plana, cercada de várzeas, cerrados e pelas águas do Rio das Velhas e do São Francisco.

DATA DE FUNDAÇÃO: 1° de Fevereiro de 1910 , Inauguração da Estação Ferroviária, em seu entorno surgiu a cidade.

EMANCIPAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA:  SE DEU PELA LEI Nº 1.039 DE 12 DE DEZEMBRO DE 1.953.

     Com acesso pela Ferrovia Centro Atlântica que terá seguimento, com a construção Pirapora – Unaí – Brasília e pelas Br 496 e 365 e diversas estradas municipais.

     As terras que hoje formam a sede da cidade pertenciam à Fazenda Forquilha, cujo proprietário Custódio Fernandes Sampaio (Custódio da Maiadinha), doou uma grande parte para sua santa de devoção: Nossa Senhora Imaculada Conceição, consagrada como padroeira do lugar. Estas terras foram invadidas por posseiros, iniciando a formação da cidade após a inauguração da Estação Ferroviária.

     Por estar na região mineira da SUDENE (ADENE), Várzea da Palma foi beneficiada, com programas de incentivos à indústria, o que possibilitou a criação de seu parque industrial, hoje o terceiro do Norte de Minas: Maiólica do Brasil, depois Palmasa, depois Eliane Minas, hoje Ceramus Bahia, Eletrometalur S/A, hoje Rima Industrial S/A, Italmagnésio Nordeste S/A, Siderúrgica Minaço S/A, depois SADA Siderurgia e seu Distrito Industrial com pequenas e médias indústrias (Serrarias e Madeireiras de transformação e Manutenção Industrial).

     Com todas estas vantagens, o município dispõe de mecanismos para a implantação de projetos industriais, pecuários, agrícolas e minerais (argila, arenito, quartzo e filito). Extrativismo vegetal e mineral. Com uma topografia plana e grande aglomerados nos bairros, clima tropical semi-árido, temperatura máxima de 33º graus e mínima de 18º. O solo é de boa fertilidade, com precipitação pluviométrica de 968 a 1.400mm e expansão territorial pelas bacias dos Rios das Velhas e São Francisco.

     O município conta com o Distrito de BARRA DO GUAICUÍ, integrado pela Lei 1.039 de 12 de dezembro de 1953. Com os povoados de: BURITIS DAS MULATAS, BURITI DA PORTA, PEDRA SANTANA, CHAPADINHA, CARMO/ CACHOEIRA/ AGUA BRANCA, BANANAL, PIEDADE E PLACA DO QUEIJO, além de fazendas espalhadas por todo o seu território.

     Localização: Região Norte do Estado de Minas Gerais
     Altitude: 468m 378 decímetros
     Latitude: Sul 17º 35’ 47.8”
     Longitude: Oeste de Greenwch: 44º 43’ 39.3
     População: 35.809 habitantes, sendo 18.150 homens e 17.659 mulheres
     População Atual: 35.809 hab.
     Área:  2.195,7 KM2.
     Posição Quilométrica: 962 Km 575 metros, tomando por base a Estação D. Pedro II no Rio de Janeiro pela estrada de Ferro Central do Brasil.

     Densidade Demográfica: 16,13 habp/Km2

     Domicílios: 12.442 unidades 

     Várzea da Palma é servida pela BR-496, que liga Pirapora ao norte, Corinto e Belo Horizonte ao sul.

 

SITUAÇÃO SOCIO ECONÔMICA: Várzea da Palma
PIB MUNICIPAL – DADOS ECONÔMICOS
ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO ANUAL.

SETOR PRIMÁRIO:

AGRICULTURA E PECUÁRIA..................................    10 MILHÕES


SETOR SECUNDÁRIO:

INDÚSTRIAS..............................................................150 MILHÕES

SETOR TERCIÁRIO:

COMÉRCIO E SERVIÇOS............................................ 6 MILHÕES

ARRECADAÇÃO MUNICIPAL:

FPM (Fundo de participação do Município) e ICMS... R$... 44 milhões em 2011).

PLANO DIRETOR MUNICIPAL
CEMIG – TELEMIG – Cobertura total
COPASA –Água e Rede de Esgoto... 100% de cobertura

PRODUTOS INDUSTRIAIS PRODUZIDOS:
Rima Industrial-Ferro Silício
Italmagnesio – Ferro Silício – Silício Metálico
Sada Siderurgia – Peças Automotivas
Madeireiras (peças e embalagens)

DIVERSIFICAÇÃO AGRÍCOLA com grande potencial:

Uva, palmito, mamão, banana, milho, feijão, mandioca.

AVICULTURA-SUINOCULTURA, CAPRINOS, OVINOS, BOVINOS, MUARES.

EXTRATIVISMO VEGETAL E MINERAL

Produção de carne e leite em grande escalada

EVENTOS CULTURAIS:
     O mais expressivo Evento Cultural do  Município é o FORRÒ DA PALMA realizado sempre na última semana do mês de julho de cada ano.
     
Em 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010 aconteceram grandes shows musicais com as duplas Teodoro & Sampaio, Rick & Renner, Bruno & Marrone,  César Menotti & Fabiano, Chitãozinho & Chororó, Calcinha Preta.

     Barracas de bebidas e comidas típicas, exposição do Memorial Iconográfico, Histórico e Arquivístico na Casa da Cultura na antiga Estação Ferroviária, que foi o marco da fundação do município em 1° de fevereiro de 1910.


TURISMO DE PESCA, TURISMO DE AVENTURA, ECO-TURISMO, CAVALGADAS.
TURISMO LITERÁRIO – INTEGRANTE DO CIRCUITO GUIMARAES ROSA, COM CITAÇÕES DOS CAMINHOS ROSEANOS:
BURITIS DAS MULATAS – CÓRREGO DO BATISTÉRIO – GUARARAVACÃ E O MORRINHO NA FAZENDA GUARARÁ E VARGEM DAS PALMAS.

ANIVERSÁRIO DA CIDADE: 12 DE DEZEMBRO
PADROEIRA: Nossa Senhora Imaculada Conceição, comemora-se no dia 8 de dezembro.
COMIDAS TÍPICAS: Arroz com frango, Feijão Tropeiro, Arroz com Pequi, Carne de Sol com Mandioca, Muqueca de Peixe.



ATIVIDADES  ECONÔMICAS  DO  MUNICÍPIO:

(1°)- Mapeamento das empresas formais e informais.
(2°) -Numero de empregados gerados
(3°)-Salário de contribuição para a economia do município, destacando a iniciativa privada.

OBS. Não contempla nestes números, empresas estatais e de economia mista, a exemplo de CEMIG, COPASA, EMATER e funcionários Públicos Estaduais, Federais, etc...

Estima-se que 9,3% do numero de empregados formais são sem registros.

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA:
ALTO MÉDIO SÃO FRANCISCO - NORTE DE MINAS
PRINCIPAIS RIOS: Rio das Velhas – Rio São Francisco – Rio Jequitaí.
CÓRREGOS: Corrente, Bananal, Pedras Grandes, Pedras da Brígida, Pedra Santana.

Fonte de informação:

Livro: Monografia de Várzea da Palma II

autor: Moisés Vieira Neto

Atualização: Fonte IBGE Censo 2.010